A influência do Meio Ambiente

A influência do meio ambiente ocorre desde a vida intra-uterina, quando o crescimento é limitado a partir de um certo momento pelo espaço da cavidade intra-uterina, até a idade adulta.

 

 

Habicht em 1975 (publicação na revista inglesa Lancet de 1999 – “Quão importante é o factor étnico no crescimento de crianças?”) demonstrou que crianças menores de 5 anos de diversas nacionalidades, crescem num ritmo semelhante (a excepção dos orientais e algumas tribos africanas), desde que submetidas a boas condições de vida. O mesmo não acontece com crianças de mesma nacionalidade, porém sob condições socioeconómicas diferentes (as de nível alto crescem de modo similar às crianças de países desenvolvidos, enquanto as de baixo nível socioeconómico crescem em ritmo mais lento).

 

 

Também comprovou-se que filhos de imigrantes japoneses que nasciam e viviam nos EEUU eram mais altos que os seus semelhantes que permaneciam no Japão. Actualmente, com o desenvolvimento alcançado pelo Japão, esta diferença desapareceu, evidenciando assim a grande influência que os factores ambientais exercem sobre a tendência secular de crescimento de grupos populacionais.

 

 

                É importante salientar que quanto mais jovem a criança, mais dependente e vulnerável é em relação ao ambiente. Isto faz com que condições favoráveis ao crescimento sejam função, não apenas dos recursos materiais e institucionais com que a criança pode contar (alimentação, moradia, saneamento, serviços de saúde, creches e pré-escolas), mas também dos cuidados gerais, como o tempo, a atenção, o afecto que a mãe, a família e a sociedade como um todo, lhe dedicam. Tempo, atenção e afecto definem a qualidade do cuidado infantil e, quando maximizados, permitem a optimização dos recursos materiais e institucionais de que a criança dispõe.

 

            

                Um bom exemplo da influência do meio ambiente sobre o crescimento é o de gémeos homozigóticos (portanto com a mesma herança e potencial genético de crescimento): quando criados separadamente em meios diferentes, o que cresceu em meio favorável tende a atingir sua meta de crescimento determinada pelo seu potencial genético enquanto o que foi criado em meio desfavorável, cresce aquém do seu potencial genético.

                Num estudo com 300 pares de gémeos homozigotos criados separados, e em condições socioeconómicas bem diferentes, observou-se uma variação média de 6 cm de altura quando adultos, sendo que os indivíduos criados em ambientes carentes e com acesso limitado às acções de saúde foram sempre mais baixos que seus irmãos.