COMPORTAMENTO

As alterações físicas, súbitas e repentinas, que os adolescentes experimentam dão a este período do desenvolvimento um aspecto típico de auto-consciência, sensibilidade e preocupação sobre as mudanças do próprio corpo, e de comparações tormentosas entre si próprios e seus pares. As mudanças físicas nem sempre ocorrem de maneira sincronizada e, por isso, os adolescentes podem passar por estágios de inaptidão, tanto em termos de aparência como de mobilidade/coordenação física. Estados de ansiedade desnecessários podem surgir se as adolescentes não forem informadas e preparadas para a menarca (o início dos períodos menstruais) e se os meninos não receberem informações e preparo adequado para o início das emissões nocturnas.

Durante a adolescência é normal que os jovens tenham e demonstrem a necessidade de se separarem dos pais e estabelecerem suas próprias identidades. Em alguns casos, as reacções podem ser mínimas da parte dos envolvidos. Em algumas famílias, porém, podem surgir conflitos significativos entre os actos e gestos de rebeldia dos adolescentes e as necessidades dos pais de manterem o controle e de terem seus filhos se comportando como crianças obedientes.

À medida que os adolescentes se afastam dos pais em busca de sua própria identidade, o grupo de amigos assume um significado especial. Ele pode se tornar um céu "seguro", no qual o adolescente pode testar novas ideias e comparar seu próprio crescimento físico e psicológico. No início da adolescência, o grupo consiste, geralmente, de membros do mesmo sexo formando grupos, gangues ou clubes. Esses membros tentam comportar-se de modo semelhante, vestir-se da mesma maneira, desenvolver códigos secretos e rituais e participar nas mesmas actividades. À medida que os jovens entram na adolescência média (14 a 16 anos) e posterior, o grupo de expande para incluir membros do sexo oposto.

O período da adolescência média a posterior se caracteriza pela necessidade do estabelecimento da identidade sexual, quando o jovem fica à vontade com seu próprio corpo e sentimentos sexuais. Por meio da amizade com membros do sexo oposto, do namoro e da experimentação, os adolescentes aprender a expressar e a receber avanços íntimos e sexuais de maneira confortável e consistente com seus valores internos. Os jovens que não tenham a oportunidade de tais experiências podem enfrentar dificuldades para estabelecer relacionamentos íntimos na vida adulta.

Tipicamente, os jovens demonstram comportamentos consistentes com vários "mitos da adolescência":

  • O primeiro é o de que eles estão "em cena", com a atenção de todos constantemente centralizada em sua aparência ou acções. Esta preocupação baseia-se no facto de que os adolescentes passam a maior parte do tempo a pensar e a examinarem-se a si mesmos, e que portanto é natural assumir que todas as pessoas também estão a pensar neles e a observa-los a todo o momento. Na realidade, isto não acontece porque "todos os outros" (geralmente os pares) estão preocupados demais consigo mesmos e com seus próprios assuntos para se preocuparem com os assuntos dos outros. Este egocentrismo normal pode parecer-se (especialmente para os adultos) à paranóia, ao narcisismo ou mesmo à histeria;

 

  • Um outro "mito da adolescência" é aquele do "eu-indestrutível". Esta crença alimenta-se da idealização de que "isso nunca vai acontecer comigo, só com os outros". Neste sentido, "isso" pode representar gestação ou contrair uma doença sexualmente transmissível após relação sexual sem protecção, provocar um acidente rodoviário ao dirigir alcoolizado ou drogado, desenvolver cancro oral como resultado de mascar tabaco, ou qualquer um dos numerosos efeitos adversos de uma ampla faixa de comportamentos de risco.